Abelhas usam «piloto automático» para aterrar, revela estudo
28-12-2013 14:42
As abelhas possuem uma espécie de piloto biológico que permite à espécie aterrar sem problemas, concluiu um estudo divulgado esta terça-feira (29) na Austrália que analisou esta habilidade nos insectos com o objectivo de desenvolver novos sistemas de aterragem em robôs aéreos.
O neurocientista australiano Mandyam Srinivasan, da Universidade de Queensland, e a sua equipa analisaram a habilidade de aterrar com precisão das abelhas, que têm um cérebro do tamanho de uma semente de gergelim e não possuem uma visão binocular.
De acordo com a ABC, os cientistas utilizaram câmaras de alta velocidade para gravar as aterragens das abelhas nas suas colmeias e, posteriormente, calcular as diferentes velocidades utilizadas em pontos distintos da trajectória aérea.
Srinivasan explicou que quando uma pessoa vai em direcção a um objecto, este vai parecendo maior. E quando o movimento de aproximação é feito a um ritmo constante, o objecto vai «aumentando» com uma velocidade maior e também a um ritmo exponencial.
Porém, as abelhas não permitem que isto aconteça porque ajustam a velocidade reduzindo-a à medida que se aproximam do objecto e fazem com que a velocidade seja proporcional à distância do ponto de aterragem, explicou a ABC.
«E se a distância é duplicada, as abelhas aumentam na mesma proporção a sua velocidade de aproximação», acrescentou o cientista ao enfatizar que este mecanismo de regulação é como um «belo piloto automático».
Além disso, os cientistas utilizaram também uma pista de aterragem com o design de uma espiral giratória para alterar a impressão do tamanho do objecto de acordo com o ângulo de pouso, o que em alguns casos fez com que as abelhas travassem ou acelerassem até cair na superfície.
Actualmente, Srinivasan e os seus colegas tentam aplicar estes conhecimentos para desenvolver sistemas de aterragem para aparelhos voadores autónomos que não dependam de radares ou sonares.